A tela de pintura é uma superfície reta e é preciso dar uma profundidade ao desenho para reproduzir uma imagem próxima ao real. A perspectiva é um ingrediente fundamental para que possamos desenhar em um plano bidimensional e dar a ideia de 3D que é assimilada pelos olhos humanos.
Para aplicar a perspectiva à pintura, é necessário ter uma linha do horizonte e um ponto de fuga, então os objetos vão reduzindo de tamanho em direção a esse ponto, indicando a direção da conversão dos ângulos paralelos do objeto, que tem distâncias diferentes em relação ao observador, criando a ilusão de profundidade. Então os objetos mais próximos do observador parecerão maiores do que aqueles que estão distantes, criando uma ilusão de ótica, enganando o cérebro para acreditar que aquilo que estamos vendo no quadro é de fato algo real.
A perspectiva também indica a localização do espectador no que se refere ao desenho, ou seja, a linha do horizonte mostra a altura do olhar deste em relação ao objeto, por sua vez o ponto de fuga indica a direção e nível que o observante está perante o item desenhado. Essa perspectiva é chamada de cônica.
O quadro de pintura, por ter duas dimensões, tem que transmitir através de uma imagem visual a ilusão de uma terceira dimensão. Para entender melhor, você deve estar atento à localização, à distância entre os objetos e ao tamanho relativo entre eles, e quando um ou mais objetos estiverem no mesmo plano, a proporção entre eles deve ser real. Por exemplo, se você for desenhar uma flor e uma árvore, a árvore será realmente maior do que a flor.
No entanto, através da ideia da perspectiva, é possível que uma flor seja aparentemente maior do que a árvore. Para que isso ocorra, basta que a flor esteja em primeiro plano e a árvore esteja localizada mais atrás, para que se enxergue ela menor.
Resumindo, é esse o papel da perspectiva: intensificar a ilusão de ótica para que o observador acredite que o seu desenho é real.
Outra técnica de perspectiva é a chamada atmosférica, que acontece através de variações de luz e cor. Para obter uma ilusão de profundidade, o artista utiliza cores mais luminosas e contornos mais nítidos nos objetos mais próximos, e naqueles mais afastados são pintados de formas menos nítidas e com cores semelhantes às do fundo.
Isso acontece em razão das partículas que ficam suspensas no ar, como por exemplo, poeiras do ambiente e gotículas de água, e quando a luz bate nessas partículas, ocorre o efeito de refração. Os pintores usavam essa perspectiva, detalhando os objetos mais distantes como mais pálidos e menos detalhados.
Curiosidade: o termo perspectiva atmosférica foi designado por Leonardo Da Vinci, que descreveu que o ar não é um meio totalmente transparente, além de ser mais denso próximo do solo, e com o aumento da distância do ponto de observação, o objeto torna-se menos claro e mais matizado e incolor. Repare, por exemplo, no fundo do quadro “A Virgem e o Menino com Santa Ana”, de Da Vinci (1513).
Tudo o que a gente observa tem o impacto da perspectiva, uma vez que tudo o que você vê está em um determinado ângulo ou posição, e é importante para que o objeto se identifique de forma ordenada e coesa na tela de pintura.
Portanto, quando planejar o seu trabalho, ao utilizar esses métodos, você definirá quais são os elementos que ficarão em destaque para transmitir a sensação de uma ordem de disposição dos objetos em relação ao observador da sua obra.
A melhor forma de você aperfeiçoar essas técnicas e evoluir na arte é TREINAR MUITO! Para isso acompanhe os vídeos no meu canal do Youtube (Marco Costerus) e se inscreva no meu curso (clicando aqui), onde eu dou muitas outras dicas para facilitar a aplicação da perspectiva em figuras e objetos.
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